quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Tatá Aeroplano pensando sobre seu trabalho no Zeroum disse:

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Quando recebi o convite do amigo Paulo Beto

para participar de um ensaio da banda Zeroum

em março de 2006, topei na hora e me senti honrado,

afinal de contas sou fã do PB e da sua música,

desde que vi uma apresentação do Anvil Fx nos

idos do anos noventa.

No primeiro ensaio, que aconteceu na residência

do Ciro Madd Sardinha, ja comecei a criar as melodias.

Algumas o PB tinha bolado, outras eu fui criando na hora,

utilizando palavras soltas na lingua inglesa.

Porque palavras soltas e cantadas em ingles?

Elas combinam com as referências musicais do grupo:

o krautrock alemão (Can, Faust, e Neu!), sonic youth,

suicide, entre outros.

Uma das banda seminais alemãs, o Can, contou

durante muito tempo com o vocalista Damo Suzuki,

que criava melodias soltas em outras linguas, sem

compromisso com o significado da letra.

Até hoje, quando crio as melodias para a banda,

utilizo essa técnica, de criar a linha melódica usando

palavras da lingua inglesa. Nunca pensei em escrever

uma letra em português para o Zeroum, simplesmente

porque acho que dentro da linguagem musical que a

gente segue, não cairia bem. O que importa no nosso

som é o que cada um sente quando escuta a música,

e não o que ela está dizendo.

A mensagem é puramente musical e a compreensão

do que está sendo dito é instintiva, ou seja, a interpretação

fica a critério do ouvinte, de quem vê o show.

As músicas, mesmo sem letras, acabam tendo uma identidade.

Cada uma tem suas caracteristicas e conta uma história,

esse é o lance bacana que eu vejo no Zeroum.

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Nas últimas canções compostas, tenho colocado cada vez

mais sentimento no que está sendo cantando.

Sentimentos ora brandos, ora intensos, que me

estimulam a buscar novos caminhos dentro da linguagem

que o PB propõem com a banda Zeroum.

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